Frase da semana

"Nada posso lhe oferecer que não exista em si mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo além daquele que há em sua própria alma. Nada posso lhe dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo". Hermann Hesse

terça-feira, 31 de maio de 2011

Sonho meu II - tipos de sonhos















Podemos dividir os sonhos em:
Recorrentes: são sonhos que se repentem com uma certa freqüência. Podem conter uma mensagem que ainda não foi integrada na consciência, um padrão mental que se repete e que precisa ser transformado. Geralmente quando compreendemos este tipo de sonho e mudamos as repetições em nossos comportamentos ele deixa de surgir...

Residuais: são sonhos que trazem atividades que foram realizadas durante o dia. Por exemplo: sonhar que você continua trabalhando, com um filme que acabou de assistir. Estes sonhos, porém, podem ser interpretados de acordo com a temática que ele sugere.

Pesadelos: sonhos de conteúdo desagradável, agressivos, horripilantes. Podem estar revelando aspectos de nossa sombra ou algo que ememos na vida consciente.

Inacabados: sonhos que não tem um fim definido. Exemplo: “estava caindo de um lugar muito alto e acordei”. Neste caso um exercício bem importante é o de, ao acordar, completar conscientemente o sonho. Desta forma você fará uma “ponte”entre o que está inconsciente com a consciência e o sonho pode ser interpretado da mesma forma que os outros.

Lúcidos: neste tipo de sonho eu tenho a consciência de que estou sonhando e, desta forma, posso intervir em meu sonho. Normalmente o sonhador que está lúcido se percebe sonhando quando algum evento extraordinário acontece (exemplo: eu estou voando, logo estou sonhando porque seres humanos não voam!). Existem diversas técnicas para sonhar lucidamente, mas este é um tema para próximas postagens!

Simbólicos pessoais: sonhos que trazem, através de símbolos, uma mensagem ao sonhador. Em algumas circunstâncias podem ser também chamados de “sonhos de cura”.

Simbólicos coletivos: sonhos que trazem mensagens simbólicas relacionadas à uma comunidade, ao coletivo. São os chamados pelos índios “sonhos de visão”, pois são direcionados à toda tribo.

Premonitórios: sonhos que antecedem acontecimentos reais ou que têm uma relação, mesmo que indireta, com acontecimentos futuros. Por exemplo: toda vez que eu sonho com gravidez alguém que eu conheço muda de casa; sonhei com uma criança e a pessoa envolvida perdeu um bebê.


*Créditos:
imagem, link

Sonho meu



















Ao adormecer passamos por fases de sono diferentes, indicados por ondas de frequência específicas. Sendo assim, um ser humano comum, sem dificuldades para dormir, passa pelos seguintes estágios do sono:


• Ondas BETA – ocorrem antes de adormecer. Ë o que chamamos de estado de vigília.
• Ondas ALFA –ocorre o sono REM, estágio onde presenciamos os sonhos, como experiências transpessoais e estados meditativos (considerados estados ampliados de consciência).
• Ondas TETA – estágio de sono profundo.
• Ondas DELTA – sono muito profundo (reparador ou terapêutico), sono que faz realmente nós nos sentirmos descansados ao acordar.

O ciclo completo do sono leva em média 90 min. Passamos pela fase REM do sono cerca de 4 a 5 vezes por noite, o que significa que sonhamos 4 a 5 vezes aproximadamente e cada sonho tem cerca de 3 a 5 minutos.

Pesquisas também indicam que o hemisfério direito do cérebro (ligado à criatividade, à arte, ao aspecto intuitivo) atua mais no momento do sonho, por isso é tão importante sonhar, pois estamos desenvolvendo habilidades específicas além de acessar a linguagem dos conteúdos do inconsciente.

Decifrando os sonhos...
O sonho é como um código secreto que nossa mente racional, lógica não consegue acessar através de sua linguagem analítica. Ele é repleto de símbolos (universais e pessoais) e associações.

O sonho muitas vezes tem uma relação direta com as experiências vividas pelo indivíduo em seu estado de vigília (acordado), mas também são associações que operam no nosso inconsciente de forma desordenada para nossa compreensão linear habitual.

As imagens do sonho não devem ser traduzidas de forma literal (o que desvia o significado do sonho), mas sim de forma abstrata e simbólica. Por exemplo, se você sonhou com uma morte não necessariamente isto vai ocorrer na vida concreta (a não ser que seja um sonho premonitório, que é muito raro), pode ser o símbolo de alguma mudança ou transformação de um estágio para outro em sua vida.

As personagens de um sonho muitas vezes são a expressão de nós mesmos em nossas múltiplas facetas. Portanto é importante muitas vezes que o sonhador faça o exercício de se colocar no lugar de cada personagem do sonho, criando uma empatia com a experiência vivida por ela e identificando se, de fato, existem coisas a serem observadas que cada personagem está contando para você.

O sonho é uma possibilidade de projetarmos a nossa sombra, ou seja, aquela parte de nós que inconscientemente rejeitamos ou escondemos. Nossa sombra revela esta parte obscura que não necessariamente são coisas ruins e “podres”de nós, mas também nossos talentos e potenciais escondidos.

O sonho também pode nos preparar para a experiência de morte num nível mais profundo, pois ao assumirmos nossa identidade onírica temos a capacidade de nos entregarmos para uma dimensão transpessoal (sem tempo/espaço cronológicos), o que ocorre na experiência da morte de forma semelhante. Ele nos ensina a capacidade de “Entrega”. Muitas vezes as pessoas que sofrem de dificuldade de dormir (insônia) ou não conseguem lembrar de seus sonhos são pessoas controladoras na vida prática, não conseguem confiar no desenho que a vida proporciona, não conseguem se entregar para o imprevisível e para o improviso que faz parte de toda experiência humana.

As funções dos sonhos
Os sonhos possuem um papel muito importante em nossas vidas. Nas tribos indígenas antigas, os sonhos eram uma forma de visão que indicavam os passos a serem dados dentro da tribo.

Na nossa vida cotidiana, os sonhos ainda podem ser instrumentos para nos ajudar a solucionar problemas, ser um sistema de reorientação interior, fornecendo clareza um nossa jornada de existência.

Os sonhos também podem ser uma complementação de nossas polaridades, fazendo emergir na consciência a oposição ou o conflito que estamos vivenciando inconscientemente.

Outra função importante é a de reprogramar a nossa consciência, trazendo à tona novos hábitos e condutas mais favoráveis a nosso ser. Isso se nós dermos a atenção merecida à esta fonte de aprendizado e de transformação que é o sonho.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Abra seu coração 2
















Além de aplicar o perdão e a compaixão em sua vida, a prática de Yoga pode ser bem benéfica para iniciarmos um processo de liberação das emoções reprimidas. Algumas sugestões de prática:


USTRASANA – postura do camelo (Ustra = camelo)
1. Ajoelhe-se e fique com joelhos e pés unidos, peitos dos pés apoiados no chão com os dedos relaxados;

2. Encaixe o quadril, deixe o abdômen firme e a coluna ereta;

3. Apóie as mãos espalmadas na base da coluna, parte posterior do quadril;

4. Leve os ombros e cotovelos cada vez mais para trás com a intenção de aproximar os cotovelos;

5. Mantenha o quadril na mesma linha que os joelhos, não projete o quadril para frente ou para trás, fixando-os;

6. Ainda com o quadril encaixado, contraia glúteos e abdominal, incline o tronco para trás e aponte seu queixo para cima;

7. NÃO projete o quadril para frente com a pressão das mãos;

8. Apóie as duas mãos espalmadas na sola dos pés, abrindo ainda mais o peito, apontando-o para cima;

9. Caso tenha dificuldade nesta etapa, tente as seguintes alternativas:
• Afaste um pouco os dois joelhos um do outro;
• Apóie as mãos nos calcanhares;
• Apóie as mãos nos calcanhares com os dedos dos pés virados para o chão;

10. Se ainda for difícil, pule os passos 8 e 9;

11. Intenção de crescer a coluna e o pescoço para cima e para trás;

12. Mantenha a postura estável e confortável;

13. Concentre-se em respirações profundas e tranqüilas (5 a 12 respirações no início);

14. Finalizando: com a força dos pés e joelhos empurrando o chão, volte o apoio das mãos na base da coluna, leve o tronco na mesma linha que o quadril, voltando para a posição vertical.

15. Para descansar, leve o quadril na direção dos calcanhares, testa na direção do chão e braços ao longo do corpo.

Dicas importantes:
1. Evite esta postura se estiver com problemas intestinais, pressão alta, dor de cabeça ou se for cardíaco;
2. Fique atento à posição do quadril e das pernas, o mais importante na postura é mantê-los estáticos enquanto a inclinação ocorre somente na parte superior do corpo;
3. Proteja a sua lombar mantendo o encaixe do quadril a todo o momento;
4. À medida que inclina o tronco para trás, cresça a coluna. Tanto a parte posterior como a anterior do tronco devem estar alongadas.
5. Caso sinta desconforto na coluna torácica ou lombar, diminua a inclinação do tronco para trás.

Efeitos benéficos da postura:
1. Diminui a rigidez das costas, ombros e tornozelos, mantendo a coluna flexível e saudável;
2. Alonga da região anterior dos braços e do corpo;
3. Fortalece o sistema imunológico;
4. Abre o coração, mantendo a disponibilidade e a entrega para as relações afetivas.


UJJAYI (Ud = para cima, de nível superior, soprar, expandir, proeminência, poder; Jaya = conquista, vitória, triunfo, sucesso, coerção, restrição)

1. Sente-se confortavelmente em Sukhasana (pernas cruzadas) ou numa cadeira, com a coluna ereta, olhando para frente;

2. Durante uma expiração prolongada, murmure a palavra haaaaa de forma que esta respiração produza um ruído de leve fricção ao passar pelo palato (entre a boca e a garganta); é um som semelhante ao de embaçar um vidro, ou ainda o som que ouvimos no interior de uma concha.

3. Experimente fazer com os lábios abertos e quando estiver sentindo a vibração suave do som na pate de trás da garganta, passe a fazer a respiração de lábios fechados.

4. Sentindo facilidade, experimente produzir o mesmo som ao inspirar.

5. Complete o ciclo da respiração - inspiração, pausa com o ar nos pulmões e expiração – repetidas vezes. O tempo deve estabelecer uma proporção de 1:2:2, ou seja, se for inspirar em 4 segundos, retenha 8 e exale 8 segundos.

6. Esta prática deve ter a duração média de 15 minutos.

Dicas importantes:
1. Observe se o som de sua respiração é seco como o vento e oco e não anasalado.
2. As narinas devem estar relaxadas (não puxe o ar com força, deixe a respiração acontecer naturalmente).
3. Algumas pessoas conseguem realizar esta respiração com facilidade, outras levam mais tempo para aprendê-la. No entanto, não desanime. Faça quantas respirações precisar com os lábios abertos até conseguir!
4. Não faça se estiver com irritações ou inflamações na garganta.

Efeitos benéficos deste pranayama:
1. Acalma a mente e os sentidos;
2. Traz leveza, bem estar e tem efeito energizante;
3. Promove tranquilidade e, ao mesmo tempo, força para lidar com as adversidades da vida.

Não entendeu alguma coisa? Escreva-me um comentário abaixo ou envie um e-mail.

Vamos Meditar?
























Meditar é uma questão de treino. Assim como treinamos nossos músculos para que fiquem firmes e fortes com a prática de exercícios físicos, exercitamos a mente através da prática de meditação. Se você deseja meditar é preciso cuidar de detalhes fundamentais para a prática ocorrer:

Escolha um local tranqüilo e livre de distrações. De preferência sempre o mesmo local, onde as vibrações da meditação irão se concentrar e facilitar o treino.
Busque uma posição confortável. Geralmente as pessoas meditam sentadas no chão de pernas cruzadas ou na postura de lótus (dorso dos pés apoiados na base das coxas, pernas cruzadas). Se você, de início, se sente desconfortável nestas posições, procure meditar sentado em uma cadeira, sem o apoio das costas no encosto e com a planta dos pés apoiadas no chão. Você também pode meditar em movimento, mas no início sugiro que começe sentado de olhos fechados, pois sem o estímulo visual fica mais fácil começar.
Procure escolher um horário para meditar. A meditação realizada no mesmo horário traz disciplina à prática, o que é fundamental para qualquer treino. No início você pode optar por um tempo de permanência menor (cerca de 10 minutos), aumentando gradativamente para 20 a 30 minutos (tempo médio) e 1 a 2 hs (tempo desejável).

Daniel Goleman, autor do livro “Mente Meditativa” traz algumas dicas de meditação que são possíveis de serem realizadas individualmente, pelo aspirante à meditação:

Meditação sobre a respiração: consciência da respiração. Ao dispersar voltar para este foco.
Mantra: Os mantras originalmente são repetidos em sânscrito (língua raiz indiana). Mas se você não foi instruído por algum mestre sobre o mantra apropriado para você neste momento, utilize uma palavra ou som simples que tenha um significado positivo. Repita-a mentalmente, concentrando-se e evite dispersões.
Respiração atentiva: usar as distrações como objeto de meditação. Exemplo: se sua mente se distrair com um som que você ouvir, rotule esta distração de “ouvindo”. Cada vez que tiver rotulado uma distração, trazer a mente de volta à respiração.
Comer atentivamente: prestar atenção total e cuidadosa a cada aspecto a experiência. Evitar automatismos. Esta prática deve ser feita de olhos abertos.
Andar atentivamente: Tirar o sapato, andar levando sua atenção para o caminhar. Cada intenção também é considerada. Ficar atento às sensações. Ficar presente. É melhor começar andando lentamente, de forma mais natural possível, sem deixar com que você se pareça com um robô.

Se você sente que é o momento de iniciar alguma prática meditativa, não deixe para depois. Inicie realizando a prática por pouco tempo, mas diariamente. Levam-se alguns meses para que a construção do hábito seja instaurado, portanto pratique! Não dê vazão aos pensamentos negativos que surgem durante a meditação, apenas identifique-os e os deixe passar. Após algum período de prática já é possível observar os resultados físicos e psicológicos, após mais tempo, a sua relação com a espiritualidade aumenta e finalmente você começa a se encontrar verdadeiramente na prática.
Bom trabalho!

Para saber mais:
"A Mente Meditativa: as diferentes experiências meditativas no oriente e no ocidente"de Daniel Goleman - Editora Ática.

Meditação: efeitos, benefícios e contra-indicações















Ao iniciar uma prática meditativa é muito importante observar se o tipo de meditação escolhida é adequado a sua personalidade, caso contrário você pode passar por sensações desagradáveis. A busca por profissionais e mestres que atuam na prática com seriedade é fundamental para garantir que sua experiência seja positiva. Segundo Dra. Florence Gaillard, existem alguns indícios de que a prática de meditação está correndo bem. São eles:
• Sensação durável de bem estar;
• Sensação de revitalização;
• Desaparecimento de qualquer sentimento negativo (depressão, medo, sentimento de culpabilidade, inferioridade);
• Profundo sentimento de paz e harmonia;
• Sono mais profundo e reparador após a prática da noite;
• Possibilidade de dormir menos, pois o sono é de melhor qualidade;
• Sonhos mais sadios – a violência, os cenários sexuais tendem a desaparecer;
• Sentimento durável de paz interior;
• Impressão de entender melhor o sentido dos acontecimentos e o objetivo de sua existência;
• Desaparecimento progressivo dos medos e estados depressivos;
• Desenvolvimento da compaixão e da compreensão dos outros, resultando numa diminuição da raiva, da impaciência e dos comportamentos negativos;
• Desenvolvimento gradual do sentimento de felicidade.

Alguns cientistas que se dedicaram ao estudo da meditação e seus efeitos clínicos/fisiológicos constataram nos praticantes de meditação:
• Melhora no controle da neuroquímica das emoções (sistema límbico);
• Reduções da freqüência cardíaca (quando a prática de meditação não é dinâmica);
• Alterações do fluxo sanguíneo encefálico e da atividade eletroencefalográfica (aumento das ondas ALFA ou BETA durante a meditação);
• Modificações nas concentrações de inúmeras substâncias neurotransmissoras;
• Variações neuronais (hiperpolarização dos neurônios);
• Quedas do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico;
• Reduções da temperatura corporal (exceto em práticas que aceleram o metabolismo, como a dos “monges secadores de toalhas” - ver Mitos e verdades sobre Meditação neste blog);
• Aumentos no volume sanguíneo;
• Alterações dos sentidos e das percepções;
• Ativação do córtex pré-frontal esquerdo;
• Melhora do sistema imunológico;
• Desenvolvimento da Inteligência Espiritual, ou seja, da capacidade de manter constantemente os princípios e leis espirituais que regem a vida.

A Meditação também pode contribuir para o autoconhecimento:
• Tornando as pessoas mais conscientes dos seus processos mentais e da maneira inadequada de reagirem aos acontecimentos estressantes;
• Fortalecendo a formação de uma personalidade sadia;
• Trazendo a sensação de “centramento”, ou seja, propiciando melhor contato consigo mesmo e com o campo de relações, fortalecendo a capacidade de autocontrole;
• Aumentando a atenção em relação às interferências externas, permitindo-se não se identificar com as mesmas;
• Auxiliando no tratamento de doenças do pânico, distúrbios de ansiedade, doenças psicossomáticas;
• Facilitando o acesso ao inconsciente, à memórias e sentimentos recalcados;
• Reorientando a mente rumo à estados mais elevados de consciência.

No entanto, apesar da meditação ser uma técnica que amplia e facilita muito o campo de atuação da área da saúde, existem algumas restrições em relação a sua aplicação:
• Em quadros de desordens internas ou mentais (esquizofrenia, fobias, boderline);
• Em quadros de transtornos obssessivo-compulsivos (os indivíduos que têm TOC podem ser muito fechados às experiências novas para tentar a meditação ou, por outro, serem bastante esforçados e conseguirem meditar).
• Em estados emocionais agudos (crises, emergências espirituais);
• Em pessoas que apresentam dificuldade de lidar com o mundo material (lidar com suas obrigações familiares e sociais, apresentam necessidade de fuga, pessoas viciadas em drogas).

Para escrever este post, consultei os seguintes artigos:
"The use of meditation in psychotherapy: a review of literature" de M.A. Bogart - American Journal of Psychotherapy, vol. XLV, n. 3, July, 1991.
"Meditação e saúde" de Florence Gaillard - Cadernos de Yoga, 6a edição, ano II, 2005.

O que é Meditação?


A meditação não é algo que se faça, ela já está pronta. É principalmente um estado de consciência que atingimos quando os cinco sentidos se aquietam, o intelecto gradualmente silencia, o coração assume um estado de paz inabalável e a serenidade mental surge. Este estado vêm e vai e conforme o tempo de prática e a persistência do meditador. Um mestre de yoga indiano chamado Iyengar, produz belamente em suas palavras o que acontece neste estado de meditação:


“Quando a mente alcança a alma e a ela se funde, a alma fica livre, permanecendo daí em diante em paz e em estado de beatitude. Se uma ave é mantida dentro de uma gaiola, não tem possibilidade de se movimentar. No momento em que a gaiola é aberta, a ave sai e ganha a sua liberdade. E o homem alcança a liberdade quando a mente se liberta do cativeiro do corpo e passa a repousar no colo da alma”.

Existem, basicamente, algumas formas de meditar, que variam de técnica a técnica. São elas:

Concentração: a mente focaliza em um objeto, som, foco específico até que este domine por completo a mente do meditador.
Atentividade: A mente observa-se a si mesma em todas as situações (pensando, sentindo, andando, comendo). É desenvolvido um “eu testemunha”.
Destemor: pratica-se uma certeza destemida e uma confiança profunda de que nada poderá perturbá-lo.
Compaixão: cultiva-se um intenso sentimento de amor e compaixão por todos os seres vivos.
Devoção: o meditador tem como foco principal o amor incondicional ao seu mestre, ou à deidade de sua crença religiosa.
Visualização: o praticante esforça para construir em sua tela mental uma imagem específica e concentrar-se nela.

Todas estas formas de meditar têm uma meta em comum: visam a iluminação, o estado de não perturbação mental, e a consciência do Todo. Apesar da meta da meditação estar relacionada diretamente à transcendência, ao meditar nós também adquirimos “de brinde” melhoras no funcionamento físico, mental e emocional.

É como se no dia a dia estivéssemos com nossa mente plugada em várias tomadas diferentes. Com a meditação desplugamos as tomadas provocando um estado de relaxamento que faz com que possamos lidar com as situações do dia a dia com mais calma e discernimento...

Para ampliar este tema, indico os livros que me inspiraram neste artigo:
“ A Mente Meditativa: as diferentes experiências meditativas no oriente e no ocidente” de Daniel Goleman - Editora Ática.
“ A árvore do Ioga: a eterna sabedoria do ioga aplicada à vida diária” de B.K.S. Iyengar - Editora Globo.
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